Exposição sobre antiga sede da Câmara de Macaé tem abertura para convidados e visita de estudantes

Em uma apresentação para convidados, a Câmara Municipal de Macaé abriu, na noite dessa terça-feira, 14, a exposição “A Casa e o Tempo”, que traz a história do prédio da antiga sede do Legislativo que hoje abriga o Centro Cultural e Museu do Legislativo, no centro da cidade.

Com a presença de autoridades e personalidades civis, militares e religiosas, a exposição tem autoria e curadoria do historiador e servidor do Legislativo, Meynardo Carvalho, que ressaltou a importância do evento que ficará aberto à visitação até 30 de novembro.

“Não é ocasião de apenas olhar para o passado, mas construir com ele a relação de um presente e um futuro que acolham, inspirem e incluam as pessoas”, disse Meynardo Carvalho.

Entre as atividades da exposição está uma sala onde está registrada a atuação dos operários que, a partir de 2020, realizaram as reformas do prédio que também já foi sede do Executivo municipal e do Tribunal do Júri.

“São trabalhadores anônimos que também constroem a história”, comentou Meynardo Carvalho.

Para o presidente da Câmara de Macaé, vereador Cesinha (CIDADANIA), a exposição, assim como a reforma do prédio construído em 1838 pela família do Visconde de Araújo, e que foi adquirido em definitivo pela Câmara em 1892.

“Tem sido um grande orgulho entregar a casa reformada, e agora essa bela exposição, que surgiu de uma ideia do nosso diretor geral, Maurício de Castro”, contou Cesinha.

O Legislativo macaense lembra que o prédio da Avenida Rui Barbosa, no Centro, foi erguido por Francisco Domingues de Araújo, um traficante de escravos africanos, tendo sido sede da Câmara até 2012, quando se transferiu para a sede atual, no Horto.

Entre as figuras históricas que foram recebidas no prédio histórico do centro da cidade se destacam o então imperador Dom Pedro II, em 1847, e o então presidente da república, Washington Luís, natural de Macaé, em 1927.

Para a vereadora Iza Vicente (REDE), a abertura da exposição foi um momento emocionante, por se tratar de um local construído por escravocratas e que agora recebe um evento que tem como curador um negro, doutor em História.

“A política só faz sentido se for para contribuir com essa transformação da sociedade”, ressaltou Iza Vicente.

De acordo com o secretário de Cultura, Leandro Mussi, que representou o prefeito Welberth Rezende (CIDADANIA) na solenidade dessa terça-feira, além do valor histórico, a exposição também inclui a cidade na 22ª Semana Nacional de Museus (22ª SNM), do governo federal, e que tem como tema “Museus, Educação e Pesquisa”.

“Agradeço à Câmara, pois com essa mostra, Macaé se inclui na 22ª Semana Nacional de Museus”, afirmou Leandro Mussi.

Ainda durante o evento, os convidados puderam assistir a um documentário de 17 minutos que ficará disponível aos visitantes, e que resume a trajetória do prédio até a Macaé dos tempos atuais, passando pelas transformações causadas pela chegada da Petrobras, no final dos anos 70, e o posterior impacto da indústria do petróleo.

Na abertura oficial, nessa quarta-feira, 15, a exposição contou com a presença de alunos do 6º ao 9º ano da Escola Estadual Municipalizada Raul Veiga, em Glicério, na região serrana do município, os primeiros a visitar o evento.

De acordo com a Câmara, a exposição foi pensada exclusivamente para as crianças, com conteúdo lúdico e interativo, com a possibilidade dos visitantes complementarem a narrativa, compartilhando como Macaé passou a fazer parte da sua própria história.

Além das atividades lúdicas, o evento também tem conteúdo acessível a pessoas com limitação visual, cadeirantes e outros tipos de deficiência, como cada imagem e texto com um código QR que direciona para a explicação em áudio sobre aquele conteúdo.

“Aprender assim é bem mais interessante. Acho que todos deveriam vir conhecer a história de Macaé. Só assim podemos seguir adiante sem cometer os velhos erros do passado”, disse Miguel Nocchi, de 12 anos, estudante do 7º ano.

“Acredito que esse conhecimento é importante para melhorarmos também como cidadãos, pessoas, tanto a nossa atuação coletiva quanto a individual”, concordou outra aluna do 7º ano, Yasmin Morais, também de 12 anos.

A exposição “A Casa e o Tempo” ficará aberta à visitação até o último dia de novembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h, sempre com entrada é franca, e a possibilidade de agendamento de visitas guiadas pelo telefone (22) 2772-4885 ou pelo e-mail, coor.museu@cmmacae.rj.gov.br.

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