É lícito o cristão participar das Festas Juninas?

Várias festas pagãs, politeístas e animistas, que celebravam os solstícios de verão no Hemisfério Norte, principalmente na Europa, foram unificadas para dar lugar à celebração das festas Juninas, ou aos ‘santos’ Antonio (13 de junho), João Batista (24 de junho) e Pedro (29 de junho).

Festas Pagãs do Solstício de Verão

Celtas: eram uma das principais culturas que celebravam o solstício de verão. Eles habitavam vastas regiões da Europa, incluindo a Grã-Bretanha, a Irlanda, a França (Gália) e partes da Alemanha e Espanha.

Germânicos: também celebravam o solstício de verão. Eles estavam localizados principalmente nas regiões que hoje compõem a Alemanha, a Escandinávia e partes da Europa Central.

Nórdicos: incluindo os vikings, também tinham suas próprias celebrações para o solstício de verão, conhecidas como Midsommar.

Romanos: celebravam diversas festividades ligadas às colheitas e aos ciclos agrícolas, incluindo rituais para os deuses da fertilidade.

Rituais e Atividades

Fogueiras:

– Propósito: A fogueira era central nas celebrações do solstício de verão. Acreditava-se que o fogo tinha poderes purificadores e afastava os maus espíritos e as pragas. As fogueiras simbolizavam o sol e eram acesas em pontos altos, como colinas, para representar o poder do sol no seu ponto mais alto do ano.

– Atividades: As pessoas pulavam sobre as fogueiras como um rito de passagem e purificação. Em algumas culturas, as cinzas das fogueiras eram espalhadas nos campos para garantir boas colheitas.

Dança e Música:

– Propósito: Danças circulares ao redor das fogueiras eram comuns. Essas danças imitavam o movimento do sol e eram acompanhadas por música e cânticos.

– Atividades: Instrumentos tradicionais, como tambores, flautas e liras, eram usados para criar um ambiente festivo.

Rituais de Fertilidade:

– Propósito: A fertilidade da terra e das pessoas era um tema central. Rituais eram realizados para assegurar boas colheitas e a prosperidade do clã ou tribo.

– Atividades: Os rituais incluíam oferendas de alimentos, bebidas e pequenos objetos aos deuses e espíritos da natureza. Em algumas culturas, havia encenações de casamentos simbólicos entre deidades masculinas e femininas.

Ervas e Plantas Mágicas:

– Propósito: Acreditava-se que certas plantas e ervas colhidas na noite do solstício tinham poderes especiais de cura e proteção.

– Atividades: As pessoas colhiam ervas como artemísia e verbena, que eram usadas em amuletos ou queimadas para proteção.

Banhos e Purificação:

– Propósito: Banhos em rios, lagos ou no mar eram comuns, simbolizando a purificação e a renovação.

– Atividades: As pessoas acreditavam que a água tinha propriedades curativas especiais durante o solstício.

Feiras e Mercados:

– Propósito: Grandes reuniões e feiras eram organizadas, permitindo às comunidades se encontrarem, trocarem bens e celebrarem juntas.

– Atividades: Mercados vendiam artesanatos, alimentos e bebidas. Jogos e competições também eram organizados.

As “celebridades” das festas Juninas no Brasil

Santo Antônio (13 de junho): Conhecido como o santo casamenteiro, sua festa é marcada por simpatias, encantos e rituais para encontrar um bom casamento.

São João Batista (24 de junho): Considerado o “santo festeiro”, a festa de São João é uma das mais importantes. Ele é celebrado com fogueiras, danças, e comidas típicas.

São Pedro (29 de junho): Considerado o ‘guardião das portas do céu’, é frequentemente associado aos pescadores e ao detentor das chuvas. Sua festa também inclui fogueiras e festas comunitárias.

Como chegou ao Brasil?

Pelos colonizadores portugueses. Em Portugal, essas festas também são celebradas e são conhecidas como festas dos Santos Populares.

No Brasil, as festas juninas se popularizaram especialmente no Nordeste e Norte, regiões conhecidas pela criatividade artística, bom humor e por suas celebrações vibrantes e elaboradas. As festas são uma mistura das tradições europeias com elementos culturais locais, resultando em uma celebração única.

Comidas Típicas e Ofertas aos Santos

Comidas Típicas: As festas juninas são conhecidas por suas comidas típicas, como pamonha, canjica, milho cozido, pipoca, bolo de milho, pé-de-moleque, entre outros. Essas comidas refletem a colheita de milho, que é abundante nesta época do ano no Brasil.

Quermesses e Ofertas: As quermesses são festas comunitárias que geralmente acontecem ao redor das igrejas católicas, e são uma parte das celebrações juninas. Embora as comidas sejam preparadas para a festividade e para alimentar os participantes, a prática de oferecer essas comidas diretamente aos santos é comum. A venda e a partilha das comidas durante as quermesses ajudam a arrecadar fundos para as igrejas católicas e comunidades locais.

Sendo assim…

A Bíblia nos alerta para não colocarmos outros mediadores na nossa relação direta com Deus. Na epístola de 1 Timóteo 2:5, lemos: Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.

Também nos alerta em relação a comer quaisquer comidas oferecidas a “outros” que não seja a Deus. O fim de toda nossa gratidão é Deus, não pessoas que se veneram ou honram como se fossem divinizadas por Deus. Essa confusão tem levado várias pessoas ao politeísmo, indiferença e afastamento do único que deve ser venerado, adorado e cultuado, Deus.

Sendo assim, cada um deve na sua consciência avaliar se participar de festas Juninas o trará para perto de Deus, ou afastá-lo dos princípios Bíblicos. Talvez você diga, Não tem nada a ver. É nas pequenas concessões, brechas, que a apostasia (vagarosamente se afastar de Deus) se alastra nas vidas daqueles que não vigiam e assimilam a cultura mundana nas suas vidas com o fim: é só diversão! Cuidado, só pela diversão, pessoas estão frias e mornas na fé!

“Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é permitido”, mas eu não deixarei que nada me domine. I Coríntios 6:12

 

Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo; Bacharel em Ciência da Computação e Teologia. Mestrado em Ciência da Computação e Doutorado em Teologia. É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), executivo de tecnologia, mentor de carreiras executivas, conselheiro administrativo, palestrante, conferencista e autor de oito livros.

O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

 

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