A Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart), em Macaé, exibe nessa sexta-feira, 21, o documentário “Tenho Fé”, dirigido por Rian Córdova e selecionado para a 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2023.
O evento, marcado para começar a partir as 19h, no 5ª andar da escola, que fica no Centro Macaé de Cultura, no centro da cidade, terá ainda uma roda de conversa depois da exibição do filme, com a participação de gestores da unidade e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
“A proposta é levantar reflexões sobre a representatividade negra, a diversidade e a arte, a partir de análises de artistas, acadêmicos e religiosos”, explicou a prefeitura.
Entre os participantes da mesa de debates estão o secretário de Promoção da Igualdade Racial, Dorniê Matias; a atriz, coreógrafa, ativista cultural e diretora da Emart, Cláudia Bispo; o professor Mestre em Ciências Sociais do Colégio de Aplicação de Macaé (CAp), Paulo Henrique Dantas, e a coordenadora geral de Ações Afirmativas da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Yaisa Santos.
“A exibição desse filme estreita ainda mais a relação da Emart com a população macaense. É um tema importante que precisa também ser discutido em ambientes de aprendizado, em especial onde artistas estão concentrados e poderão se fundir com outras vertentes de atuação”, afirmou o secretário de Cultura, Leandro Mussi.
Para a diretora da Emart, o evento agrega conhecimento para os estudantes, futuros profissionais do setor artístico, além de aprofundar o debate a respeito da intolerância religiosa e do racismo estrutural presente na sociedade.
“Essa é uma oportunidade extremamente valiosa para o ambiente escolar artístico da Emart, que tem apostado alto no enaltecimento da diversidade. A escola tem oferecido estudos sobre a transversalidade do cinema e do teatro, considerando as questões da narrativa, passando do estético ao político. Estamos trabalhando para uma escola que fala das questões étnico-culturais como formação do artista cidadão. Trazer a intolerância religiosa para os holofotes é interferir no racismo sistêmico e trabalhar para uma Macaé realmente antirracista”, ressalta Cláudia Bispo.
Segundo ela, a exibição do documentário que aborda a ancestralidade e crença nos orixás, e reforça a potência da presença afro-brasileira na criação artística do país e a emergência cotidiana no combate ao racismo e à intolerância religiosa, também é uma ação democrática, dando oportunidade para um debate com a participação dos espectadores.
“Essa é uma ação democrática para garantir a equidade de participação e acolhimento das ideias através de uma condução leve e precisa sobre a temática da intolerância religiosa. Uma experiência crítica capaz de mobilizar os espectadores através da apropriação de conteúdos, do exercício da empatia e da capacidade de reflexão. Além dos debatedores, os espectadores também terão espaço para a fala”, complementa Cláudia Byspo.
Realizado em parceria com o projeto Cinema em Movimento, do Circuito Universitário, considerado o maior projeto de difusão do cinema nacional, o evento tem produção do Instituto Cultura em Movimento (ICEM), do governo federal, com recursos do Fundo Nacional da Cultura.
Com duração de 80 minutos, o documentário apresenta a jornada de artistas que celebram os orixás e a ancestralidade em suas obras, trazendo histórias que se cruzam, permeadas por música, teatro, artes visuais, moda e dança, com a participação de artistas, acadêmicos e religiosos como Ivanir dos Santos, Rodney William, Luiz Simas, Helena Theodoro, Hugo Canuto, Rita Benneditto, Beto Neves e Rodrigo França.