A Câmara de Macaé voltou a criticar a Enel, empresa concessionária responsável pelo serviço de fornecimento de energia elétrica no município, e uma das campeãs de reclamação da população e das próprias autoridades.

O tema voltou à pauta de debates do Legislativo após requerimento do vereador George Jardim (PSDB) criticando a qualidade do serviço prestado pela concessionária, e reforçando o pedido de desligamento da rede de alta tensão para a reconstrução de uma ponte na região serrana da cidade.

De acordo com a Casa, o pedido já havia sido feito tanto pelo Executivo quanto pelo Legislativo, visando a colocação de vigas de sustentação na chamada “Ponte da Cadeia”, como é conhecida a ponte na Bicuda Pequena, trabalho que foi cancelado pela empresa devido à Enel ter ignorado os pedidos.

“Lutamos tanto por essa ponte, fruto de uma emenda impositiva, e agora essa conquista está ameaçada por falta de compromisso da concessionária com a população”, lamentou George Jardim.

O parlamentar, que é morador da região serrana do município, repudiou duramente a atitude dos representantes da Enel que, segundo ele, sequer responderam aos ofícios enviados pela Câmara e pelos órgãos competentes da prefeitura.

“A Enel atrapalha o desenvolvimento de Macaé e da região serrana ao impedir que a obra da ponte seja finalizada”, disparou George Jardim, que chegou a xingar a empresa algumas vezes.

Segundo o vereador, a empresa responsável pelas obras da ponte chegou a se mobilizar para o transporte das vigas, que aconteceria nessa semana, mas teve que cancelar o trabalho pelo risco que a rede de alta tensão oferece.

No último sábado, 22, o prefeito Welberth Rezende (CIDADANIA) chegou a publicar um vídeo nas suas redes sociais, onde, diretamente do local, reforçava a importância das obras da ponte da Bicuda Pequena para a população.

“Hoje, sabadão, eu estou aqui agora na Bicuda Pequena, fiscalizando e acompanhando de perto a construção dessa ponte que nós estamos fazendo pela prefeitura, tão importante para os moradores. Essa ponte é uma ponte antiga e que não oferecia muita segurança. Além disso, ela impedia a passagem dos ônibus, então nós tínhamos um problema aqui muito grande porque o ônibus não passava para cá. Então o pessoal que morava na região da Laje, do Serro Frio, ficava sem a possibilidade do transporte público. Depois dessa ponte, entregando essa ponte, que a previsão é para o próximo mês, uma nova ponte, com muita segurança, teremos também a possibilidade de colocar o transporte público que residem nessa região aqui”, diz Welberth Rezende no vídeo publicado no último sábado.

Ainda de acordo com a Câmara, um novo pedido de desligamento foi feito à Enel para esse sábado, 29, das 7h às 17h, já que, conforme informado pela prefeitura, são necessários 2 dias para a conclusão dessa etapa das obras, mas, novamente, tanto o Legislativo quanto o Executivo aguardavam resposta até essa quarta-feira, 26.

Para o presidente da Câmara, vereador Cesinha (CIDADANIA), apesar de a Enel alegar prejuízo, ela teria manifestado o interesse em renovar o contrato de concessão dos serviços de energia elétrica.

“Descobrimos que a agência reguladora (Agência Nacional de Energia Elétrica, ANEEL) não fiscaliza o contrato com a concessionária de energia elétrica. Então, fizemos várias reuniões com representantes da Enel, que alegaram prejuízo, mas reafirmaram o interesse em renovar o contrato”, ressaltou Cesinha, que pondera que se o prejuízo fosse real, a empresa não teria interesse em manter o contrato.

O presidente da Casa lembrou ainda que, em maio de 2023, um grupo de vereadores chegou a ir até Brasília para discutir com o governo federal formas de melhorar os serviços prestados pela Enel em Macaé, mas que a solução poderia ser a retirada da concessão do serviço pelo Estado, a exemplo do que aconteceu em Goiás (GO).

Aproveitando o debate, outros vereadores criticaram o serviço prestado pela Enel na cidade, como Tico Jardim (CIDADANIA) e Amaro Luiz (PV).

“Os galhos são abandonados nas margens das vias, com as pontas para dentro das estradas, na região serrana. Esses resíduos danificam as cercas dos proprietários e colocam em perigo quem passa pelo local”, apontou Tico Jardim, sobre os problemas causados pelas podas realizadas pela Enel.

“Ele (um fio de alta tensão que se rompeu essa semana no Lagomar) estava energizado e permaneceu pegando fogo por horas ao lado de onde as crianças passam para ir à escola. Poderia ter acontecido uma tragédia, com mortes em cadeia, pois são 13.600 volts”, denunciou Amaro Luiz, sobre o incidente próximo de uma escola com quase 1.000 alunos, completando, “cobram caro pelo serviço e não oferecem o mínimo”.