Medina* nasceu no Afeganistão, mas teve uma infância bem diferente da maioria das meninas afegãs.
Mesmo crescendo em um vilarejo pobre em uma área remota, ela teve acesso à educação e se formou na escola.
Na vida adulta, seu pai arranjou um casamento com um homem rico, que era um parente próximo. Medina passou a amar o marido, mas ele não era gentil com ela.
“Ele trabalhava em um escritório do governo e estava descontente com minha origem rural, muitas vezes expressando sua insatisfação”, contou Medina, em entrevista à Portas Abertas do Reino Unido.
Após dois anos de matrimônio, a mulher deu à luz a primeira filha do casal. Na mesma época, uma antiga amiga da escola se reaproximou do seu marido.
No início, Medina desconfiou da ex-colega até ver que o esposo estava se tornando um homem diferente. A mulher era cristã e estava compartilhando o Evangelho com ele.
“Inicialmente, eu me ressenti da amiga do meu marido quando a atenção do meu marido se desviou de mim e da nossa filha”, comentou Medina.
“No entanto, ele começou a compartilhar histórias de Abraão e Moisés e eu ouvi com entusiasmo e amor”.
O esposo se tornou cristão e a primeira pessoa que evangelizou foi Medina, que também se rendeu a Cristo.
“Eu abracei o cristianismo. Essa fé recém-descoberta trouxe felicidade para minha vida, e meu marido e eu ficamos contentes juntos”, testemunhou ela.
Casal evangelizador
Após crescerem em sua fé, o casal tomou a perigosa decisão de evangelizar outras pessoas no país islâmico.
“Mais tarde, começamos a ensinar discípulos, com meu marido tendo nove e eu com quatro. Apesar dos desafios, nosso trabalho continuou”, lembrou ela.
Tempo depois, quando Medina deu à luz ao segundo filho, seu marido foi descoberto e morto por pregar o Evangelho.
“Duas pessoas visitaram minha casa, dizendo trabalhar para meu marido. Eles saíram sem passar nenhuma mensagem específica. Fiquei muito preocupada, mas meu marido me tranquilizou que não havia com o que me preocupar”, relatou ela.
Essa foi a última vez que Medina viu seu marido, antes dele desaparecer. “Encontrei consolo em ler a Bíblia e orar por meu marido e nossos companheiros de fé. Não perdi a fé e continuei seguindo o caminho de Jesus”, declarou.
Mesmo com o aumento do risco após a volta do Talibã ao poder no Afeganistão e as restrições da lei islâmica, que impedem que as mulheres viajem sozinhas, Medina tem enfrentado os desafios com coragem e fé.
Ela continua discipulando e evangelizando no Afeganistão, e tem recebido apoio da Missão Portas Abertas. Se descoberta, a cristã pode enfrentar prisão, tortura e até a morte.
“Expresso minha gratidão a todos os nossos irmãos e irmãs crentes que nos apoiaram com materiais de estudo, alimentos e combustível”, declarou.
“Que Deus os abençoe abundantemente. Continuamos felizes em nossas vidas porque temos Jesus conosco, que continua nos abençoando e fortalecendo”.
*Nome alterado por motivos de segurança