Banco Central estuda aumentar juros como medida para assegurar meta da inflação

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (6) que não vai hesitar em aumentar a taxa básica de juros para assegurar a inflação na meta de 3%. O Comitê de Política Monetária (Copom) está em estado de alerta e se manterá vigilante com o intuito de garantir o cumprimento da meta de inflação.

Existe também uma preocupação com a alta do dólar. Essa preocupação foi citada na ata, que afirmou ser preciso um acompanhamento e maior vigilância caso tais movimentos se mostrem persistentes. O Copom acredita que se isso acontecer os impactos inflacionários podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê.

O economista Cesar Bergo avalia que a afirmação do BC sobre não hesitar em aumentar a selic gera dúvidas no mercado, mas não refletirá diretamente em aumento de preços.

“Essa questão do Banco Central falar em aumento de taxa de juros cria uma expectativa negativa dentro do mercado. Embora hoje a gente esteja vendo o dólar cair, a bolsa subir, isso é muito bom, porque mostra um certo equilíbrio, e o mercado está entendendo que provavelmente não vai ser esse o caminho de aumentar taxa de juros”.

Outro fator pontuado pelo Comitê, foi a política fiscal do país. Segundo o Banco Central, notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas.

Num contexto de crescimento dos gastos públicos, e corte de gastos de R$ 15 bilhões com previsão de deficit primário de R$ 28 bilhões, o Copom afirmou que política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação. Também para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, e impactando a política monetária.

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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