As eleições em Rio das Ostras prometem ser mais do que uma simples disputa pelo poder local; serão também um teste de força para os “caciques” políticos, tanto em nível regional quanto nacional. A cidade se torna palco para figuras de destaque testarem sua popularidade na região.
Um exemplo claro disso é o ex-prefeito Carlos Augusto, que tem explorado o fortalecimento do Bolsonarismo em sua campanha. Desde que recebeu o apoio do Partido Liberal (PL) e da família Bolsonaro, Carlos Augusto vem conquistando pontos valiosos de popularidade na cidade. Do lado oposto, o principal adversário de Carlos, o atual presidente da Câmara, BM (Maurício Braga Mesquita), baseia sua candidatura no apoio da máquina municipal. Filiado ao União Brasil, BM foi escolhido como o candidato do prefeito Marcelino da Farmácia, com o objetivo de manter o projeto de poder vigente. Para consolidar essa aliança, Marcelino indicou Eliara Fialho, sua secretária de Promoção Social, como vice na chapa, formando uma composição “puro sangue”.
Outra candidatura que se destaca é a de Kátia Macillho, do PT. A candidata aposta em um “cacique de peso”: o próprio ex-presidente Lula, visando atrair o voto dos eleitores progressistas, que representam o contraponto ao eleitorado de Carlos Augusto e ao PL de Bolsonaro, que atualmente lidera as pesquisas. Kátia tem posado ao lado de importantes lideranças do partido, como o senador Lindbergh Farias, o vice-presidente do PT Washington Quaquá e o próprio Lula, reforçando sua imagem como a verdadeira representante da esquerda em Rio das Ostras.
Em uma corrida paralela, aparece o vereador Misaías Machado, do Republicanos, que conta com o apoio do ex-prefeito de Belford Roxo, Waguinho, como seu principal mentor e articulador político. Embora Waguinho não tenha grande apelo carismático, seu poder de influência não deve ser subestimado. Além disso, a candidatura de Misaías é reforçada pelo apoio do deputado Carlos Macedo e pela Igreja Universal, que está fortemente alinhada com o seu partido, trazendo uma poderosa máquina religiosa para sua campanha.
As eleições em Rio das Ostras, portanto, não se resumem apenas aos candidatos, mas também aos interesses e influências dos “caciques” que os apoiam. A disputa promete ser acirrada, com todos os olhos voltados para os desdobramentos desse cenário político local.