Uma investigação da Polícia Federal em Rio das Ostras está revelando um esquema sórdido usado para manter o atual grupo político que comanda a cidade no poder. A suspeita é de que uma milícia digital tenha sido criada, com as digitais do prefeito Marcelino da Farmácia e do seu candidato à sucessão, Maurício BM, para espalhar fake news e disseminar desinformação na cidade. A vítima dos ataques é o lider da oposição ao Governo, Carlos Augusto (PL).
Documentos obtidos com exclusividade pelo Jornal O DIA e publicados nesta sexta-feira, 30, expõem que essa rede de desinformação teria sido peça-chave para a vitória de Marcelino já nas eleições de 2020 e, desafiando a polícia e à Justiça, permanece ativa na corrida eleitoral de 2024, lançando mão de ataques baixos e a criação massiva de fake news contra Carlos Augusto.
O Inquérito Policial número 2021.0060425, sob a batuta do delegado da Polícia Federal, Carlos Eduardo Angausa da Costa, já aponta Marcelino e Maurício BM como os suspeitos centrais na liderança dessa organização criminosa digital. Não contentes em agir nas sombras, o esquema envolveria também familiares e figuras públicas alinhadas com o prefeito, como sua filha, Mayara Borba, convocada a prestar esclarecimentos, além do blogueiro Armando Escudeiro e do artista circense Victor Flores – ambos conhecidos por suas investidas agressivas nas redes sociais em prol de Marcelino.
Desde 2020, as investigações sugerem que esses aliados produzem e disseminam sistematicamente conteúdos difamatórios e fake news, numa tentativa clara de manipular o jogo eleitoral a favor de Maurício BM, enquanto destroem a reputação de seus adversários políticos. Essa milícia digital, uma verdadeira fábrica de fake news, espalha mentiras de maneira calculada em grupos de WhatsApp e Telegram, reforçando a tese de um esquema meticulosamente arquitetado para manipular o processo eleitoral e assegurar a permanência do grupo de Marcelino no poder.
Outro inquérito policial, de número 128-05148/2024, conduzido pela 128ª DP de Rio das Ostras, tenta estabelecer a conexão direta entre os suspeitos e a cúpula de Marcelino, além de delinear a extensão da influência dessa rede nefasta nas eleições municipais. Caso a participação de Marcelino, Maurício BM e seus cúmplices seja confirmada, eles não só estarão à mercê de sanções eleitorais rigorosas, mas também enfrentarão penas de prisão por tentarem fraudar a vontade popular e macular o processo democrático.
Essas revelações lançam luz sobre a legitimidade da influência política de Marcelino e Maurício BM, e levantam uma questão crucial: até onde irão para manterem suas garras no poder? Se o uso de milícias digitais e a disseminação de fake news forem comprovados como suas armas prediletas, o impacto sobre a confiança pública nas instituições eleitorais e na própria democracia será devastador e, talvez, irreparável.